domingo, 23 de agosto de 2015

Resenha: Medo, Mistério e Morte de Carlos Orsi


Resenha:

     O livro Medo, Mistério e Morte é de autoria do escritor nacional Carlos Orsi, e foi publicado pela editora Didática Paulista.

      A obra possui sete contos principalmente voltados para o terror: A Maldição do Ang Mbai-Aiba, Noite de Samhain, A Fábrica, Estranhos no Ninho, Projeto Cassandra, Ora Pro Nobis, e por último o conto Aprendizado; e neles, nos deparamos com mortos vivos, criaturas parecidas com vampiros, e até alienígenas. Tendo como base a capa da obra, tem-se a impressão de conter histórias infanto-juvenis, mas na verdade acredito que se enquadra melhor em literatura adulta, pois os contos possuem assassinatos violentos e sangrentos, ambientes macabros e sinistros.

     Na introdução feita pelo próprio autor, é citado seus escritores favoritos, que ao fim da leitura dos contos percebe-se uma clara fonte de inspiração em obras destes autores, principalmente Lovecraft; mas não pensem que é uma cópia descarada como algumas que vemos por aí, não mesmo; são contos de qualidade acima da média, que não ficam devendo nada para obras de escritores internacionais famosos, possuindo personalidade própria, sendo bem escritos e convincentes, e na maioria finais trágicos e tensos.

     Como diz o título, Medo, Mistério, e Morte cumpre o que promete com sete ótimos contos. Leitura recomendada para os fão do gênero.


Minha nota: 9

domingo, 16 de agosto de 2015

Resenha: A Tumba e Outras Histórias de H. P. Lovecraft


Sinopse:

     Este volume reúne exemplares dos variados estilos de narrativa que tornaram o escritor norte-americano H. P. Lovecraft um dos autores cult mais apreciados em todo o mundo. De "A Tumba", um verdadeiro conto clássico de horror, a "Entre as Paredes de Eryx", uma história de ficção científica passada em Vênus, o leitor terá uma amostra do melhor da fantasia gótica, do flerte com o sobrenatural e com o oculto, de personagens que são jogados no coração da loucura. As horripilantes histórias de Lovecraft seduzem pelo crescente medo que inspiram e emergem, quase todas, num clímax surpreendente. 
   O livro traz, também, fragmentos e alguns dos primeiros contos escritos pelo autor, durante a adolescência. Os conhecedores de Lovecraft ficarão impressionados com a precocidade do estilo - que consagraria o artista maduro - e o tratamento de temas que tornariam célebre a sua obra posterior. Para os fãs do gênero, uma razão para comemorar. Para os não iniciados, uma ótima porta de entrada.

* Sinopse contida nesta edição.

Opinião:

    A Tumba e Outras Histórias, do escritor H. P. Lovecraft, é um livro de terror publicado em terras brasileiras pela editora L&PM Pocket. 

      O livro é dividido em três partes, sendo:
     Os contos: A Tumba, O Festival, Aprisionado com os Faraós, Ele, O Horror em Red Hook, A Estranha Casa que Pairava na Névoa, Entre as Paredes de Eryx, O Clérigo Diabólico.  

     Primeiras histórias: A Fera da Caverna, O Alquimista, Poesia e os Deuses, A Rua, e A Transição de Juan Romero.

     Quatro fragmentos: Azathoth, O Descendente, O Livro, A Coisa no Luar.



        Comentarei um pouco sobre o que se trata os contos principais do livro.

      Em A Tumba, Jervas Dudley conta uma história de quando era criança e descobre uma tumba abandonada em um mausoléu. E assim começa os momentos apavorantes vividos por Dudley, que deixa o leitor em dúvida da veracidade dos acontecimentos, pois nosso narrador está trancado em um asilo para loucos.

     O Festival é um conto sinistro em que o personagem central foi enviado por seus pais até uma velha cidade para participar de um festival macabro que acontece uma vez a cada século. 

     Em Aprisionado com os Faraós temos um início lento, demorando assim para o conto se desenrolar. Nesta história está presente o ilusionista Houdini, que propõe o desafio de conseguir escapar da tumba de um faraó. E assim Houdini de repente se mete em uma enrascada horrenda.

     O conto Ele, diz sobre um homem que vai até a cidade de Nova York e se depara a noite com um estranho que o leva a revelações incríveis sobre o passado e o futuro.

     O Horror em Red Hook se trata de um ancião que domina o ocultismo, dando assim muito trabalho para a polícia que acaba se vendo obrigada a recorrer a um detetive famoso para dar conta dos acontecimentos.

     Em A Estranha Casa que Pairava na Névoa, um filósofo decide chegar até uma casa muito antiga que se encontra no alto de um penhasco e que não possui um caminho lógico de chegar até ela, e o estranho que supostamente a casa é habitada por alguém misterioso. No caminho o filósofo tem experiências aterradoras.

     Entre as Paredes de Erix conta os momentos desesperadores de um explorador que se encontra no planeta Vênus e está a procura de valiosos cristais, e de repente acaba ficando preso em uma armadilha alienígena. 

     O Clérigo Diabólico achei um conto apenas mediano, que diz sobre a experiência no mínimo sinistra de um homem ao visitar o sótão de uma casa. 

     O conto que mais gostei do livro deixei para o final. O Alquimista, que faz parte das primeiras histórias escritas por Lovecraft. O conto diz sobre uma maldição passada de geração em geração que dura séculos. É meu conto preferido pela criatividade do autor em relação a história narrada.

     Algo muito positivo que achei das histórias em geral é o clima sombrio e angustiante, deixando assim o leitor tenso durante toda a leitura. O problema que tive com algumas histórias é que não prendeu muito minha atenção. Dos contos que li até hoje do autor, ainda prefiro os mitos sobre Cthulhu, mas com certeza a leitura foi válida para eu conhecer um pouco mais das criações de um dos maiores escritores clássicos do gênero. 

Minha nota: 8

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Resenha: O Homem Do Castelo Alto de Philip K. Dick


Sinopse:

    A trama se desenvolve em um cenário sombrio: a Segunda Guerra Mundial foi vencida pelo Eixo - Alemanha, Japão e Itália. O continente africano foi praticamente aniquilado e os negros escravizados. Os judeus também se encontram seriamente ameaçados de extermínio.
      É nesse contexto que se desenvolvem os dramas de vários personagens cujas vidas acabam entrelaçadas pelos ditames do I Ching, o milenar oráculo chinês, e que se descobrem envolvidos em situações além de seu controle: um judeu que se esconde sob uma falsa identidade para não ser levado a um campo de extermínio; um vendedor de antiguidades norte-americano que se esforça para ser aceito pela rígida sociedade japonesa; um burocrata japonês que se envolve em uma intriga política perigosa demais para alguém de sua posição social; uma mulher que, por meio da leitura de um livro clandestino, vislumbra um mundo onde os nazistas perderam a guerra e Hitler está morto.

Opinião:

     O Homem do Castelo Alto, de autoria de Philip K. Dick, considerado um dos maiores escritores de ficção científica, foi publicado por aqui pela editora Aleph.
  
      Esta obra é o primeiro contato que tenho com um livro do autor, e foi com uma alta expectativa que iniciei a leitura desta obra. A premissa de que a Alemanha, juntamente com o Japão e a Itália teriam vencido a segunda guerra mundial é muito interessante, porém, acho que o enredo meio confuso não foi muito bem desenvolvido, e o tema central poderia ter sido melhor explorado. 


    Philip Dick criou um universo totalmente ruim de se viver, um mundo que americanos, judeus e negros, não tinham motivo algum para sorrir; e eu acredito que se Hitler houvesse obtido êxito, teria sido muito ruim, mas nem tanto quanto demonstrado nesta obra. Em contrapartida, em um livro escrito por um personagem do livro, em que os nazistas perderam a guerra e os americanos juntamente com os ingleses reinam soberanos, o mundo é  tudo muito maravilhoso e praticamente perfeito. Outro exagero em minha opinião !

   Os melhores momentos da obra são a reflexão interna dos personagens e os diálogos. Falando em personagens, não houve nenhum que me chamou a atenção, com exceção do tal Homem do castelo alto, que é um tanto misterioso e deixa o leitor curioso para saber mais sobre ele.  


     Chegando ao momentos finais do livro, eu estava esperando algo surpreendente e impactante, e não foi o que aconteceu; não que o final foi ruim, mas é que o livro acabou meio de repente, como se fosse uma história sem fim, com os personagens tendo uma esperança de um mundo melhor. 
     
     Com tantos pontos negativos que mencionei, parece que o livro é ruim e que não gostei, mas a verdade é que é sim no mínimo um bom livro. Aconteceu que mais uma vez iniciei a leitura com uma alta expectativa, e esperava que a história fosse melhor explorada e mais surpreendente, pois com esta premissa interessante e instigante, acredito que o livro poderia ter sido bem melhor. 

Minha nota: 8

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Resenha: Millennium - A Menina Que Brincava Com Fogo de Stieg Larsson - volume 2


"Larsson é o grande noir da Suécia e Lisbeth Salander, uma heroína diferente de todas as outras. O clímax é um festim sangrento." - The Times

Sinopse:

     Lisbeth Salander é acusada de triplo assassinato, e a polícia está em seu encalço. A jovem hacker é esquiva, egoísta e pode ser muito violenta quando provocada. Mikael Blomkvist, editor-chefe da revista Millennium, sabe muito bem disso. Mas, ao contrário do restante da imprensa, que não se acanha em crucificá-la, ele acredita na inocência da moça. Para ele, os homicídios relacionam-se a uma série de reportagens que a Millennium pretendia publicar sobre o tráfico de mulheres provenientes do Leste Europeu. Um esquema de corrupção cujos tentáculos alcançam promotores, juízes, policiais e jornalistas. 
     Lisbeth livrou Mikael da morte dois anos antes. Agora ele tem como retribuir. 

Opinião:

     A Menina Que Brincava Com Fogo, escrito por Stieg Larsson, é o segundo volume da série Millennium, hoje composta por quatro livros, sendo o último, escrito por David Lagercrantz, devido a morte repentina de Stieg Larsson. 

     Assim como o primeiro livro da série, A Menina Que Brincava Com Fogo possui uma escrita detalhista e uma história um tanto complexa que prende o leitor do início ao fim, resultando assim em um "tijolão" de seiscentas páginas, que não é muito comum no gênero policial. O autor criou uma história muito boa, totalmente independente do primeiro livro da série, mas acho que se a obra fosse um terço menor, se o tema principal desenrolasse mais rápido, acredito que o livro seria ainda melhor. 

    Neste segundo volume o autor incutiu um pouco mais de cenas de ação, porém, algumas passagens não achei muito convincentes, havendo coincidências demais.

       O personagem destaque fica por conta de Lisbeth Salander, que neste livro o foco da narrativa está centralizado quase todo nela, onde descobrimos muito mais do seu passado. Houve todo um mistério muito bem construído em relação a identidade e passado do criminoso Zala, que após tudo ser revelado fui bem surpreendido.

      A conclusão da obra é fechada e satisfatória, sendo que estou curioso para com o terceiro volume da série, A Rainha Do Castelo De Ar, que acreditou eu, terá um novo foco central na história.

     Por enquanto, o meu preferido da série é o primeiro volume, Os Homens Que Não Amavam As Mulheres, em razão de eu ter gostado mais da história, dos personagens, e no geral, o primeiro livro achei mais convincente, por conta de duas cenas de ação que achei uma coincidência muito grande. 

     Mesmo com estes pontos negativos, A Menina Que Brincava Com Fogo se trata de um ótimo livro, o qual indico para todos os fãs do gênero. Em um futuro próximo, vou ler e postar aqui no blog o terceiro livro da série Millennium, A Rainha Do Castelo De Ar.

Minha nota: 9