terça-feira, 30 de junho de 2015

Resenha: Duna de Frank Herbert - volume 1


"Não conheço nada que se compare a este livro, a não ser O Senhor dos Anéis." - Arthur C. Clarke

Sinopse:
  Arrakis é um dos planetas mais importantes do Imperium. De paisagem estéril e sem expressão política, seu prestígio se resume a uma única riqueza: mélange - uma prodigiosa e disputada especiaria, somente produzida em seu território. Graças a um decreto oficial, o controle desse planeta deserto é concedido a um dos clãs mais poderosos da galáxia, a Casa Atreides. Mas o privilégio, conferido pelo próprio imperador, revela-se uma armadilha, fazendo de Arrakis o palco de um dos maiores golpes da história. Em meio à instabilidade política, o jovem Paul Atreides é preparado para liderar seus pares enquanto se inicia nos mistérios das Bene Gesserit, uma antiga irmandade que vê no rapaz a personificação de seu mais secreto ideal, o futuro da raça humana.

Opinião:
  Duna, publicado por aqui pela editora Aleph, é o primeiro livro de uma série de seis volumes. O filho de Frank Herbert, Brian Herbert, em parceria com o escritor Kevin J. Anderson, lançaram novos livros da série Duna, que até o momento não foram publicados em nossas terras.

  Pode-se dizer que Duna é um livro de ficção científica com traços de fantasia, que se difere da maioria dos livros do gênero, possuindo um mundo original muito criativo, contendo um enredo político e religioso denso, exigindo assim muito esforço e atenção do leitor. Embora o autor escreva muito bem, para um melhor aproveitamento da história a leitura deve ser mais lenta.

  Até por volta de um terço da obra, confesso que achei a história desinteressante, não me prendendo nem um pouco. Lá por volta da página 170 a história melhorou, despertando assim meu interesse e atenção até o fim.

  A narrativa se passa em um mundo futurístico, que possui uma tecnologia muito avançada - viagens interplanetárias em um curtíssimo tempo por exemplo - , mas mesmo assim a raça humana está com a água escassa, obrigando assim as pessoas a preservar o máximo possível a umidade corporal. 

  Os personagens em sua maioria são bem interessantes, sendo o de maior destaque o determinado Paul Atreides, que não mede esforços para a raça humana ter um futuro melhor. 
   
  O meu problema com a obra é que inciei a leitura com a expectativa muito alta, achando que seria um dos melhores livros que li na vida. E mesmo eu não gostando tanto assim da obra, e ainda não sendo quase surpreendido pelos acontecimentos, com certeza se trata de um livro no mínimo muito bom. Duna, com seu universo rico e original é recomendo para os fãs de ficção científica e fantasia que apreciam uma trama inteligente e uma leitura mais densa. Em breve farei a resenha da continuação da série, O Messias de Duna.

Minha nota: 9

terça-feira, 23 de junho de 2015

Resenha: Jogadas de Abertura de Steven James - volume 0.5


Sinopse:
   Milwaukee, 1997. Em uma cidade ainda assombrada pelos crimes de Jeffrey Dahmer, uma série de terríveis sequestros e mutilações leva as autoridades para um caso nunca antes visto. A polícia acredita que um imitador de Dahmer está à solta. 
   Mas Patrick Bowers, então um investigador de homicídios da polícia, suspeita de que exista algo além do que apenas uma homenagem ao infame canibal. Quando descobre que os crimes assombrosos fazem referência a alguns dos assassinos mais macabros e notórios dos Estados Unidos, a investigação se desenrola em uma espiral de pesadelos, manipulações, brutalidade e terror.
   Valendo-se de avançadas técnicas de investigação, Bowers precisa desmascarar um assassino que não irá parar até que sua mensagem seja ouvida pelo mundo. 

Opinião:
   Jogadas de Abertura é um lançamento deste primeiro semestre da Companhia Editora Nacional, e é o sexto volume lançado por aqui da série Os Arquivos Bowers, porém, em ordem cronológica dos acontecimentos este volume é anterior ao primeiro da série.
   Este é o primeiro livro de Steven James que leio, e nele já conheci sua habilidade incrível para criar tramas complexas e muito convincentes, e ainda em Jogadas de Abertura os policiais trabalham na investigação de vários crimes, sendo assim, sempre tem algo importante acontecendo, dando ao leitor muitas cenas de ação. A genial trama criada pelo autor me prendeu de tal maneira que se eu tivesse tempo teria lido o livro em um único dia. Esta obra me lembrou um pouco os livros que li do meu autor favorito do gênero, Donato Carrisi, com o diferencial que os livros de Steven James a leitura é mais acelerada.
  Os personagens são convincentes e bem descritos, tendo como destaque além do competente detetive Bowers, seu parceiro de trabalho Radar e o detetive Ralph, pertencente ao FBI, que foi designado para ajudar Bowers em relação aos crimes de um possível serial killer. Falando em assassino em série, no início do livro não fica claro se é apenas um assassino, ou se são dois, ou ainda três. Os crimes cometidos são violentos e cruéis ao extremo, e são reservadas várias páginas para mostrar ao leitor a visão do assassino, aprofundando o leitor em sua mente, em sua maneira de pensar, tornando o livro ainda mais impactante, semelhante ao livro O Canto das Sereias de Val McDermid.
  As ultimas dezenas de páginas o ritmo da narrativa que já era acelerado aumenta ainda mais, tendo como resultado um final excelente. Com certeza recomendo esta obra espetacular para os fãs do gênero que gostam de histórias violentas e chocantes.

Minha nota: 10 - Favoritado

sábado, 20 de junho de 2015

Resenha: Nobres Vigaristas - República de Ladrões de Scott Lynch - livro 3


Pode conter alguns spoilers dos livros anteriores

"Frenético, divertido e impossível parar de ler... Locke e companhia mantêm-se entre os protagonistas mais cativantes da fantasia e Lynch esgueira-se para uma paródia política incisiva sem nunca exagerar na comédia." - Publishers Weekly

"Um verdadeiro marco entre as publicações de fantasia." - Booklist

"República de ladrões tem toda a ação vívida, diálogos mordazes e tramas tortuosas que os fãs esperam da série dos Nobres Vigaristas." - Wired

Sinopse: 
   Envenenado e à beira da morte, Locke Lamora segue para o norte com seu parceiro, Jean Tannen, em busca de refúgio e de um alquimista pra curá-lo. Porém, a verdade é que ninguém pode salvá-lo. Com a sorte, o dinheiro e a esperança esgotados, os Nobres Vigaristas recebem uma oferta de seus arquirrivais, os Magos-Servidores.
   As eleições do conselho dos magos se aproximam e as facções precisam de alguém para fazer o trabalho sujo, manipulando votos. Se Locke aceitar, o veneno será purgado de seu corpo com uso de magia - mas o processo será tão excruciante que ele vai desejar morrer.
   Locke acaba cedendo ao saber que o partido da oposição contará com uma mulher do seu passado: Sabeta Belacoros, a única pessoa capaz de se igualar a ele nas habilidades criminosas e mandar em seu coração. Novamente em uma disputa para ver quem é o mais inteligente, Locke precisa se decidir entre enfrentar Sabeta ou cortejá-la, e a vida dos dois pode depender dessa decisão.
   República de Ladrões leva o leitor ao início da vida de Locke enquanto flerta com seu fim, revelando todos os matizes de Sabeta e de seu relacionamento com o líder dos Nobres Vigaristas.

Opinião:
   República de Ladrões, terceiro volume da série Nobres Vigaristas, é um lançamento do mês de maio da editora Arqueiro.


  Neste livro da saga conhecemos a até então misteriosa Sabeta, que é a única pessoa capaz de se equiparar com Locke no quesito golpes e trapaças. Acredito eu até que Sabeta seria superior a Lamora se não houvesse Jean Tannen sempre ao seu lado o protegendo e apoiando. 

   Os Magos Servidores que estão entre os personagens mais interessantes da série estão presentes em grande parte do livro.

   A ótima escrita de Scott Lynch com seus diálogos bem humorados e bem construídos continuam presentes. A narrativa alterna entre passado e presente. Os Interlúdios, capítulos reservados para quando os Nobres vigaristas eram ainda crianças e pré-adolescentes, que se encontravam aos cuidados e ensinamentos do Padre Correntes, tem como foco quando Locke conhece Sabeta, sendo explorado o complicado relacionamento entre os dois, que para mim, esta primeira metade dos Interlúdios foram a melhor parte do livro. A segunda metade é sobre a peça de teatro que os jovens Nobres Vigaristas fazem o possível para ser apresentada impecavelmente, denominada República de Ladrões, que até certo ponto são passagens monótonas e massantes. Nos acontecimentos dos jovens ladrões quando adultos; depois de vários anos sem contato com Locke e Jean, Sabeta retorna com rival de ambos em razão da eleição do conselho dos magos-servidores. 

   Em relação aos dois volumes anteriores, este possui menos cenas de ação, além de ser no geral o menos surpreendente também.

    Além dos personagens citados, destaque para Calo e Galdo, que garantiram alguns bons momentos muito engraçados. Fiquei muito curioso com o surgimento de um e outro comentário sobre os Ancenstres, que segundo dizem podem utilizar magia e são muito poderosos.

   República de Ladrões está um pouco abaixo dos outros dois volumes da saga, mas sua conclusão é magistralmente impactante e macabra. Me arrisco a dizer que é o melhor final dos três livros até agora, pois o autor conseguiu me surpreender de tal maneria que li duas vezes para ter certeza de que aquilo estava mesmo acontecendo. Tomara que Lynch utilize já no próximo volume da série o gancho deixado desta conclusão, que sendo assim, será tão bom quanto As Mentiras de Locke Lamora ou até melhor, primeiro volume este que por enquanto acredito ser o melhor da saga até agora.

    Com certeza recomendo não só República de Ladrões como a saga Nobres Vigaristas para os fãs da série, e também para os leitores que apreciam histórias convincentes muito bem construídas e bem humoradas, e ainda com diálogos mordazes e personagens super carismáticos. 

Minha nota: 9


domingo, 14 de junho de 2015

Resenha: Que Falta Você Me Faz de Harlan Coben


"Mais uma vez, Coben utiliza um tema atual de forma brilhante para criar um thriller que você não vai conseguir parar de ler." - Publishers Weekly 

"Coben é um dos melhores autores de todos os tempos. Pegue qualquer um dos seus livros e você encontrará uma história surpreendente, excitante e cheia de reviravoltas com um grande coração pulsante." - Gillian Flynn, autora de Garota Exemplar

Sinopse:
  Dezoito anos se passaram desde que a detetive Kat Donovan sofreu as maiores perdas de sua vida: a morte do pai e o fim do relacionamento com o noivo. Foram dois acontecimentos muito bruscos que ela não conseguiu superar totalmente, mas, no dia a dia prefere não pensar muito nisso. 
  Contudo, de uma só vez, essas duas feridas voltam a se abrir. Ao saber que o assassino do seu pai será executado, Kat resolve ter uma conversa com ela para esclarecer o caso. Mas o homem nega a autoria, dizendo que foi obrigado a confessar o crime, e ela acaba ficando com mais dúvidas. 
  Ao mesmo tempo, a detetive é procurada por um garoto que acredita que mãe está desaparecida. Sem entender por que o adolescente insiste que ela, e não um outro policial, investigue o caso, Kat descobre que o sumiço está relacionado a seu ex noivo e a um site de relacionamentos.
  Lidando com dois casos simultâneos, ela decide seguir em frente com as investigações, mesmo que todos a seu redor, tentem dissuadi-la disso. Determinada, Kat trabalha segundo suas emoções, e a intuição lhe diz que ela não deve desistir.

Opinião:
  Que Falta Você Me Faz do escritor Harlan Coben foi lançado neste mês de maio pela editora arqueiro, e diferente de muitos livros do autor, este é independente. Com tantas séries no mercado, sempre estou a procura mais e mais por bons livros únicos, caso contrário não terei onde guardar tantos livros se eu não acabar resistindo a algumas boas séries, como por exemplo as do próprio autor.
   Logo ao iniciar a leitura, a história estava se encaminhando para um romance meloso, o qual não gosto, mas conforme a história foi se desenvolvendo foi se revelando uma onda de crimes muito bem arquitetados ligados a internet, e mesmo o romance continuando, a história me prendeu do início ao fim. Méritos para o autor, que com seus diálogos soberbos e uma leitura rápida, conseguirá agradar os leitores que apreciam muita ação e violência (meu caso),  e agradará também os que gostam de um romance até certo ponto meloso, mas que não chega a prejudicar a obra, pois pelos moldes da história os momentos românticos se encaixaram perfeitamente.
  Os personagens são muito bem construídos e convincentes, com destaque para a protagonista Kat Donovan, que é  forte, corajosa, implacável, bondosa, competente, etc etc... Sendo este modelo de mulher certinha, tinha tudo para ser uma personagem chata e nada interessante, mas Coben conseguiu que Kat cative o leitor e que ele torça por ela. Temos também o cruel, frio e calculista Titus, chefe de um grupo muito organizado e difícil de ser rastreado. Coben definitivamente está entre os autores que melhor constrói diálogos. O esquizofrênico Aqua que  muitas vezes está bem paranoico e outras consegue manter uma conversa inteligente e coerente mostra a genialidade do autor.
   As últimas setenta páginas o ritmo da narrativa acelera e prende o leitor ainda mais, e após o final um pouco morno e aparentemente concluído, tem-se uma surpresa chocante ligando as pontas soltas que parecia que iria ficar sem explicação. Recomendo para os leitores fãs do autor e os que apreciam uma leitura rápida, personagens críveis e uma história convincente com um tema atual muito interessante. O meu livro preferido de Coben continua sendo Não Conte a Ninguém, devido a conter mais cenas de ação e um final contendo muito mais revelações, mas mesmo assim não consigo dar outra nota que não seja a máxima para Que Falta Você Me Faz.

Minha nota: 10
  

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Resenha: O Príncipe de Westeros e Outras Histórias de George R. R. Martin e outros autores.


"Todas as histórias são extraordinárias. Só o sumário já é o suficiente para deixar os fãs de todos os gêneros literários com água na boca." - Library Journal

"Você não ficará desapontado com as histórias reunidas neste livro. Não consegui escolher minha favorita ! Altamente recomendado." - Adventures In Sci-fi Publishing

"Turbulento, pouco civilizado e nem sempre recomendado para menores. Diversão garantida, que passa facilmente de espadas e magias para o mais puro noir." - Kirkus Review

Opinião:
  O Príncipe de Westeros e outras histórias, organizado por George R.R. Martin e Gardner Dozois, que contém escritores renomados como o próprio George Martin, Patrick Rothfuss, Neil Gaiman, Gillian Flynn e Scott Lynch, e ainda outros escritores desconhecidos (ao menos para mim), é um livro de contos publicado por aqui recentemente pela editora saída de emergência. 



   A obra tem início com a introdução de George Martin, com o título Todo Mundo Ama Um Canalha, introdução esta que Martin diz que não foi pedido para os escritores criarem contos de um gênero específico para este livro, e sim histórias com foco em "canalhas", que segundo Martin, ele acha que são personagens mais interessantes por serem "cinzentos", pessoas nem totalmente ruins ou boas. Eu particularmente concordo com ele, pois os personagens sendo imperfeitos, acho que contribui para histórias mais verossímeis.
   Não são raras as vezes eu tenho problemas com contos. O que acontece é que muitas vezes a história não me prende, resultando em uma leitura um pouco desinteressada, mesmo que sejam em sua maioria contos bons, o que é o caso de alguns contos presentes nesta obra, sendo eles: 
  Proveniência, do autor David W. Ball, fala sobre a proveniência de uma famosa pintura de Caravaggio, a qual esteve desaparecida por anos. É contado na história a trajetória da pintura de mão em mão durante séculos através de ladrões e malandros. É bem interessante a maneira é contada a história.
   Um Jeito Melhor De Morrer, do autor Paul Cornell, diz sobre um espião do século xix que tem como missão matar uma versão mais jovem dele mesmo. Para mim este é o conto mais fraco do livro, pois é muito confuso e cansativo. 
  A Caravana Para Lugar nenhum do escritor Phyllis Eisenstein, fala sobre uma caravana que parte rumo ao deserto, que dizem ter espíritos malignos que uivam à noite.
  Um Ano E Um Dia Na Velha Theradane do renomado Scott Lynch, se trata de uma cidade destruída em uma guerra entre magos, e que um grupo de ladrões devem roubar algo praticamente impossível de obter êxito, ainda possuindo pouco tempo se não vão acabar morrendo.
   Em Cartaz da autora Connie Willis, que acredito ser o segundo conto pior do livro, fala sobre um grupo de jovens, tendo como protagonistas um casal, que passam o dia todo e uma parte da noite no cinema e acabam por se deparar por aventuras e perigos no mínimo estranhos. Não gostei muito da história do conto, digamos ser bem estranha.



   Agora comentando um pouco dos contos que mais gostei, temos:
  A Árvore Reluzente do autor Patrick Rothfuss, do mesmo universo de A Crônica do matador do rei, que para mim é o melhor conto do livro, nos mostra um pouco mais do misterioso Bast, que percebemos o quanto ele é esperto e as vezes até um canalha. Não aconselho a leitura deste conto sem ter lido os dois primeiros volumes da trilogia do Matador do rei. Este conto achei muito superior ao livro A Música do Silêncio que fala um pouco mais sobre a personagem Auri, também do mesmo universo criado pelo autor.
  Qual É A Sua Profissão ? da escritora Gillian Flynn, que acho a segunda melhor história da obra, se trata de uma garota de programa com uma especialidade um tanto estranha e que por ter adquirido uma lesão no punho, ela acaba conseguindo um emprego de médium que é pura enganação. Sua cliente diz estar tendo um sério problema com o enteado e parece ter algo sobrenatural na história também, que mesmo no final sendo elucidado algumas coisas, fica outras em aberto. Geralmente não gosto de finais em aberto, mas este que a autora nos deixa para tirarmos nossas próprias conclusões foi espetacular. 
  Como O Marquês Recuperou Seu Casaco do conceituado autor Neil Gailman, se trata do mesmo universo de sua obra Lugar nenhum, que ainda não li mas não tive problemas para a compreensão da história. A história fala sobre o Marquês, que em razão da sua "morte", seu casaco e outros pertences foram vendidos, e para recuperar seu casaco, o Marquês passa por aventuras perigosas. Assim como outros livros de Neil Gailman que li, é uma história muito gostosa e divertida de se ler, com destaque para a escrita de Gailman que para mim está entre as melhores.
  Galho Envergado do autor Joe R. Lansdale, conta a história de dois inseparáveis amigos que vão tentar resgatar uma donzela em perigo que possivelmente pode estar nas mãos de criminosos. Destaque para a dupla de protagonistas e o humor contido nos diálogos.
  O Príncipe De Westeros Ou O Irmão Do Rei do escritor George R.R. Martin, fala um pouco mais da casa Targaryen das Crônicas de Gelo e Fogo, tendo como foco o príncipe Daemon Targaryen, que tinha por ambição ser rei mas não conseguiu, mas ambição esta que traz muitos problemas e desavenças. 
   Os cinco contos que mais gostei já valem a compra do livro, pois são histórias de alta qualidade e muito agradáveis de se ler. E por ser contos de gêneros variados, a leitura quase não se torna massante em momento algum. 

Minha nota: 9

sábado, 6 de junho de 2015

Resenha: Lugares Escuros de Gillian Flynn


"Ame ou odeie Libby Day, mas você não vai conseguir esquecê-la." - The New York Times

"Perturbador e original. Flynn criou uma protagonista mordaz, desagradável e sem amor-próprio, mas que vai fazer você torcer por ela." - New York Magazine

"Uma história de horror arrebatadora." - Chicago Tribune

Sinopse:
  Libby tinha sete anos quando a mãe e as duas irmãs foram assassinadas no "Sacrifício a Satanás de Kinnakee, no Kansas". Enquanto a família jazia agonizante, Libby fugiu da pequena casa onde viviam e mergulhou na neve gelada de janeiro. Perdeu alguns dedos das mãos e dos pés, mas sobreviveu e ficou célebre por testemunhar contra Ben, o irmão de quinze anos, que acusou de ser o assassino. Passados vinte cinco anos, Ben encontra-se na prisão e Libby vive com o pouco dinheiro de um fundo criado por pessoas caridosas que há muito se esqueceram dela. 
  O Kill Club é uma macabra sociedade secreta obcecada por crimes extraordinários. Quando localizam Libby e lhe tentam sacar os pormenores do crime (provas que esperam vir a libertar Ben), Libby engendra um plano para lucrar com sua história trágica. Por uma determinada maquinação, estabelecerá contato com os intervenientes daquela noite e contará as suas descobertas ao clube... e talvez venha a admitir que afinal o seu testemunho não era assim tão sólido. 
  À medida que a busca de Libby a leva de clubes de striptease no Missouri a vilas turísticas de Oklahoma agora abandonadas, a narrativa vai voltando atrás à noite de 2 de janeiro de 1985. Os acontecimentos desse dia são recontados através de Libby, sua mãe, e Ben, um menino solitário e aparentemente assassino.
  Peça a peça, a verdade inimaginável começa a vir. 

Opinião:
  E assim começa esta macabra história:

  Os Day eram um clã que poderia viver à beça
  Mas Ben Day perdeu a cabeça
  O poder de Satanás o garoto queria
  E matou a família em meio a uma gritaria

  Da pequena Michelle torceu o pescocinho
  Depois de Debby fez picadinho
  A mãe, Patty, guardou para o final
  E, sem piedade, em sua cabeça deu um tiro fatal

  A bebê Libby conseguiu viva permanecer
  Mas passar por aquilo de modo algum é viver

- Cantiga de roda nas escolas em 1985

  Lugares Escuros é um lançamento deste mês de maio da editora Intrínseca.
  Mais uma vez a autora Gillian Flynn conseguiu me impactar, pois depois da excelente leitura de Objetos Cortantes, Lugares Escuros o supera em ser chocante e perturbador. Méritos para a autora que por sua maneira de escrever, a história é tão verossímil que grande parte de mim acredita que os fatos narrados na obra realmente aconteceram com alguma família em algum lugar do planeta. Desde o início da leitura me veio a cabeça a semelhança com Escuridão Total Sem Estrelas de Estephen King, pois a escrita de ambos achei semelhante.
  A autora criou um mistério complexo e muito bem desenvolvido, e utilizou do recurso narrativo de alternar entre presente e passado, prendendo o leitor de uma maneira ímpar. Esta história é daquelas que quanto mais avançamos e fazemos descobertas, mais queremos ler, e quando percebemos o livro acabou.
 Os personagens são muito interessantes, destacando a sobrevivente Libby, que é cleptomaníaca, preguiçosa e que segundo ela mesma possui uma maldade dentro de si; e mesmo com todos estes "defeitos" é muito difícil não nos simpatizar e torcer por ela. Seu irmão Ben é um tanto misterioso e sombrio, e no decorrer de todo o livro ficamos em dúvida se foi ele mesmo o autor do massacre de sua família.
  As últimas páginas é o que há de melhor no livro, pois a conclusão é surpreendente e muito bem desenvolvida. Apesar de estar cheio de negativismo, Lugares Escuros é uma excelente obra que provavelmente ficará na mente dos leitores por muito tempo. Livro com certeza recomendado para os que apreciam leituras pesadas e impactantes. Nota máxima para Lugares Escuros.
  
Minha nota: 10

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Resenha: Mistborn: Nascidos da Bruma - O Poço da Ascensão de Brandon Sanderson - livro 2


Contém spoilers do livro anterior.

Sinopse:
  A queda do Império Final trouxe a esperança. E despertou mistérios assustadores. Numa sucessão de golpes de sorte, Elend Venture subiu ao trono de Luthadel, a principal cidade do Império Final. Nos meses que se seguiram a queda do senhor Soberano e a dissolução do seu governo, o novo rei revolucionou as relações entre os skaa - a classe social mais baixa - e os nobres, atraindo a atenção dos diversos governantes das outras partes do grande império. Dentro das muralhas de Luthadel, o perigo espreita de todos os lados. Assassinos de aluguel alomânticos ameaçam a vida do rei, a desconfiança generalizada faz a população temer pelos rumos da cidade e desejar o retorno do Senhor Soberano, e um inverno inclemente se aproxima. Elend, Vin e o bando de Kelsier tentam manter o controle a todo custo, mas os piores inimigos ainda estão por vir. Fora das muralhas arma-se um cerco militar gigantesco. À frente dele, Straff Venture, o pai de Elend, um tirano cruel e desesperado por poder, busca invadir Luthadel. E ele não está sozinho. O destino de todo o Império Final está envolto nas brumas, e apenas uma força sobrenatural será capaz de desvendar os mistérios que assolam seus habitantes. 

Opinião:
  O Poço da Ascensão é o mais novo lançamento da editora Leya, e é o segundo volume da trilogia Mistborn - Nascidos da Bruma, que por enquanto não tem uma data definida para o lançamento da conclusão da série. Espero que não demore muito ! Lembrando os leitores que é aconselhável ler os livros da série em sequência.
   Depois que terminei a leitura do primeiro volume da série, O Império Final, eu não via a hora de ter em mãos a sequência, pois foi o melhor livro de fantasia que li na vida. Adjetivos como "espetacular", "magnífico", "fantástico", não são o suficiente para definir o quanto gostei do início da trilogia. 
   Apesar de O Poço da Ascensão não superar O Império Final, a altíssima qualidade da obra não caiu. A escrita fluída e de fácil entendimento de Brandon Sanderson continua presente, e mesmo por se tratar deu um livro com muita intriga política, e por isso é uma leitura mais lenta (com exceção das últimas 160 páginas) a obra não se torna massante e entediante em momento algum; méritos para o autor. 


  Comentando um pouco dos personagens, temos vários destaques. Além da talentosa Vin, que está se encaminhando para ser a mais poderosa Nascida da Bruma já existente, e Elend, que amadurece e evolui muito  no decorrer da narrativa, houve a inclusão dos abomináveis Kollos - uma raça de guerreiros bestiais e sedentas por destruição criada pelo Senhor Soberano durante a Ascensão, em seguida usada por ele para dominar o mundo, que com a queda do Senhor Soberano eles estão em um contingente em torno de vinte mil incontroláveis guerreiros. Gostei muito de maior destaque para o sábio Guardador terrisano Sazed o para o Kandra Oreseur, que está entre uma das maiores criações que vi em um mundo fantástico, pois a habilidade deles de conseguir ingerir o cadáver de uma pessoa, e em seguida conseguir reproduzir o corpo com a própria carne é impressionante. Senti muita falta de O Sobrevivente de Hathsin, e o interessante é que muitas vezes parece que sentimos sua presença.


  O que me incomodou na leitura, e por pouco não prejudica a obra, foi a criancice de Vin e Elend que a quase todo momento era batido no mesmo assunto. Era um tal de um não achar que o outro o merecia e vice versa. Achei válida estas reflexões do casal, mas poderia ter sido bem menos evidenciado.
  Nas últimas dezenas de páginas a narrativa é mais acelerada e o livro melhora ainda mais, nos fornecendo reviravoltas e esclarecimentos surpreendentes. O final é fechado e deixa um excelente gancho para a conclusão da série que tem tudo para ser tão boa quanto o primeiro volume. Nota máxima para O Poço da Ascensão.

Minha nota: 10
  

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Resenha: Nobres Vigaristas - Mares de Sangue de Scott Lynch - livro 2


"Lynch não apenas imaginou um mundo como o construiu em todos os seus detalhes: os cheiros, os sons, as pessoas, a atmosfera. Este romance é uma obra soberba e os fãs de fantasia irão devorá-lo." - Booklist

"Como seus maliciosos protagonistas, Mares de sangue é cativante, imprevisível e muito veloz." - Publishers Weekly

"Uma obra grandiosa. Nenhum crítico pode deixar de admitir as qualidades inesgotáveis de Lynch: sua inventividade, sua audaciosa construção de mundos, sua caracterização cativante." - Locus Magazine

"Lynch está na vanguarda dos escritores de fantasia que combinam detalhes minuciosos e grandiosidade épica com astúcia, imprevisibilidade e moral ambígua. Ele tem uma destreza para diálogos e uma escrita exuberante." - Joe Abercrombie, autor de O poder da espada e Antes da forca

Sinopse:
  Passaram-se mais de dois anos desde que Locke e Jean deixaram Camorr após enganar seu inimigos e efetuar vinganças pendentes. Mas alguns rivais antigos ainda acreditam que é possível atravessar impunemente seu caminho. Inconscientes da ameaça que paira sobre ele, os dois ladrões orquestram em Tal Verrar um novo plano grandioso que promete fazê-los ricos. Por meio dos mais diversos truques de carteado, eles sobem andar por andar da maior casa de jogos da cidade, em busca de acesso a Requim, Senhor da Agulha do Pecado, e seu indevassável cofre. De uma hora para outra, porém, Locke e Jean veem-se enredados em uma confusa trama política. Uma das autoridades de Tal Verrar é informada sobre o passado dos criminosos e arquiteta um projeto insano de poder que tem como principal trunfo as habilidades dos Nobres Vigaristas. Ameaçados de morte, os dois ladrões são obrigados a partir em uma perigosa viagem em alto-mar. Nesta intrincada aventura, a dupla mais ardilosa da fantasia está sozinha em uma cidade inóspita e passará pelo maior teste de sua vida ao ser confrontada por inimigos e ver sua amizade em perigo.

Opinião:
  Mares de Sangue é o segundo volume da série Nobres Vigaristas, ainda inacabada, que terá em torno de sete livros. Foi lançado por aqui dias atrás o terceiro livro da saga, República dos Ladrões, que nos próximos dias também será resenhado aqui no blog. Um conselho que dou ao leitores que se perguntam se daria para ler os livros fora de ordem, eu digo que por ter uma história fechada poderia até ler, mas em decorrer do desenvolvimento e vida pessoal dos personagens, e também por conter spoilers do livro anterior eu não aconselho.
  Desta vez as aventuras perigosas dos golpistas Nobres Vigaristas não se passam em Camorr, e sim em Tal Verrar, um mundo igualmente muito bem construído pelo autor, que se nota os costumes e tradições diferentes do povo. O foco continua sendo os golpes e mentiras dos nossos protagonistas, sendo muito interessante observar que nesta obra Locke e Jean são obrigados a se virarem fora da zona de conforto, pois foram enviados em um missão praticamente suicida em um navio em alto mar durante muitos dias, com direito a Locke como capitão, e para piorar ambos não entendem nada de navios. É neste volume da série que vi que o potencial da dupla é imenso, pois no primeiro livro da saga os Nobres Vigaristas treinam e praticam seus golpes nos mesmos moldes á muito tempo, e em Mares de Sangue eles dependem muito do improviso. Muito importante observar que o humor exuberante, muito sarcasmo, a excelente escrita e os diálogos inteligentes continuam presentes.  
  A narrativa de Lynch é bem detalhada, nos permitindo conhecer ainda melhor o magnífico mundo criado. Senti falta das aventuras e aprendizado dos Nobres Vigaristas quando crianças, que foi um ponto muito positivo em As Mentiras de Locke Lamora.  
  Em relação aos personagens, que não são poucos, é muito explorada a relação de amizade entre Locke e Jean, sendo deixando bem evidente suas divergências de opiniões e a maneira como são obrigados a lidar com isso. Temos também a esperta e competente capitã  do navio Orquídea Venenosa Zamira Drakasha e sua tenente e braço direito Ezri Dalmastro, que por ser tão durona fiquei surpreso de acabar entrando em um romance. Os misteriosos Magos servidores que imaginei que descobriríamos mais sobre eles, quase nem são mencionados, com exceção de uma passagem sinistra da história que é uma das melhores do livro. Os riquíssimo Requin, que Locke e Jean tentam passar para trás e o implacável e poderoso Arconte que não dá moleza para a dupla também merecem destaque. 
   A obra possui uma conclusão fechada muito boa, e por muito pouco minha preferência fica com o primeiro volume da série, em razão de que fui surpreendido mais vezes durante a leitura. Livro totalmente recomendado para os fãs de fantasia que apreciam uma obra muito bem escrita e convincente. Estou na expectativa para logo logo devorar o terceiro volume da saga, República dos Ladrões. Nota máxima para Mares de Sangue. 

Minha nota: 10