quarta-feira, 15 de abril de 2015

Resenha: Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley


Sinopse:
  Ano 634 D.F. (depois de Ford). O Estado científico totalitário zela por todos. Nascidos de proveta, os seres humanos (precondicionados) têm comportamentos (preestabelecidos) e ocupam lugares (predeterminados) na sociedade - os alfa no topo da pirâmide, os ípsilons na base. A droga soma é universalmente distribuída em doses convenientes para os usuários. Família, monogamia, privacidade e pensamento criativo constituem crime. Os conceitos de 'pai' e 'mãe' são meramente históricos. Relacionamentos emocionais intensos ou prolongados são proibidos e considerados anormais. A promiscuidade é moralmente obrigatória e a higiene, um valor supremo. Não existe paixão nem religião. Mas Bernard Marx tem uma infelicidade doentia - acalentando um desejo não natural por solidão, não vendo mais graça nos prazeres infinitos da promiscuidade compulsória, Bernard quer se libertar. Uma visita a um dos poucos remanescentes da Reserva Selvagem, onde a vida antiga, imperfeita, subsiste, pode ser um caminho para curá-lo. 
  
Opinião:
  Foi com muito receio que li Admirável Mundo, pois foi a primeira distopia clássica que li. Mas confesso que a leitura foi uma surpresa muito boa. O livro foi escrito em 1937, e quase oitenta anos depois não é um enredo nada ultrapassado. Fico imaginando o quanto a obra foi impactante na época do lançamento.
  A escrita de Aldous Huxley é muito fluída, não sendo maçante em momento algum. Me interessei tanto pela trama futurística que se eu pudesse eu chegaria ao final do livro em um dia só.
  Em relação aos personagens, temos Bernard Marx, que não está nada satisfeito e feliz com este "admirável mundo novo" e não pretende ficar de braços cruzados. Há ainda John, que faz parte de uma espécie de reserva indígena chamada Malpaís, onde os "selvagens" são pessoas isoladas da sociedade, que procriam ao estilo natural e ainda possuem outros costumes parecidos com o nosso. Tudo fica ainda mais interessante quando as duas sociedades se colidem.
  Admirável Mundo Novo  me fez refletir os prós e os contras da sociedade apresentada, e no geral digo que eu não gostaria de viver nela, mesmo se fosse integrante do topo da pirâmide. 
  A conclusão da história foi satisfatória, e confesso que após ler Admirável Mundo Novo, me interessei por outros livro do gênero que antes não notava. 

Minha nota: 9
  

2 comentários:

  1. Eu estava com um certo receio de ler esse livro, mas a sua resenha foi bem esclarecedora. Eu acabei optando por ler O Senhor das Moscas e não me arrependi, livro magnífico.

    O bom é termos começado a ler distopia pelos clássicos ao invés de partir para a safra de livros de distopia para adolescentes. Não que sejam ruins, mas é sempre bom, na medida do possível, ler os clássicos antes.

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    1. O Senhor das Moscas ainda não li, mas pretendo ler um dia. Eu nunca tinha pensado em ser melhor começar pelas distopias clássicas, mas agora que você mencionou eu concordo. Não sei se você leu Battle Royale, uma distopia japonesa dos anos 90 espetacular. Talvez goste.

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